Os ansiolíticos são os medicamentos usados no controle da ansiedade.
Também são conhecidos como calmantes, justamente por atuarem reduzindo a euforia e a tensão.
Existem diferentes classes de ansiolíticos e cada classe atua no cérebro de uma maneira diferente.
Nesse post, vou tentar de uma maneira bem resumida explicar um pouquinho sobre como funciona a medicação nos quadros de ansiedade.
Vale lembrar que a ansiedade é algo natural do nosso organismo, entramos com a medicação quando a ansiedade sai do controle e desenvolve um transtorno.
Nosso cérebro tem basicamente 2 formas de comunicação entre os neurônios: elétrica e química.
A comunicação química se dá através dos neurotransmissores, que são mediadores químicos produzidos pelos neurônios, responsáveis por facilitar a transmissão dos impulsos nervosos através da sinapse.
A sinapse é um espaço entre os neurônios onde os neurotransmissores são liberados conforme a necessidade do seu corpo.
Eu sei que esse conteúdo é um pouco difícil, mas é importante que você entenda o que acontece no seu cérebro.
Existem diferentes neurotransmissores, os mais conhecidos são dopamina, serotonina e noradrenalina.
É através dos neurotransmissores que o aprendizado, memória, raciocínio, digestão, sono, apetite dentre outras funções acontecem.
Inclusive a sensação de bem estar, satisfação e prazer.
Os neurotransmissores são liberados para responder diante das mudanças fisiológicas, podendo aumentar ou reduzir a concentração e liberar determinado tipo de neurotransmissor ou outro.
O que vai definir é como o corpo deve reagir diante determinada situação.
O que é o Transtorno de Ansiedade?
A característica dos transtornos de ansiedade é a resposta inadequada do sistema nervoso ao estresse ou medo.
É um erro do cérebro, literalmente.
Com o aumento dos pensamentos negativos, o cérebro interpreta situações normais como perigosas e isso provoca um desequilíbrio químico.
De uma maneira muito resumida, nos quadros de ansiedade patológica, o estresse altera o funcionamento da sinapse aumentando ou diminuindo os neurotransmissores e desregulando as emoções.
Como na diabetes, o excesso de açúcar pode prejudicar o seu corpo.
Na ansiedade, o excesso ou a falta de alguns neurotransmissores também.
Por isso, que o transtorno de ansiedade não é frescura e sim uma doença.
Como funcionam os ansiolíticos?
Os medicamentos ansiolíticos atuam basicamente como inibidores ou estimuladores dos neurotransmissores.
É como se o remédio substituísse o que está faltando ou retirasse o que está em excesso, retomando o equilíbrio e com isso ajudando na regulação emocional.
Por isso, que os medicamentos conseguem eliminar os sintomas que a ansiedade provoca.
Quando uma pessoa está vivendo muitas crises de ansiedade e não consegue mais ter o controle dos sintomas, a medicação é necessária para aliviar o mal estar para que a pessoa retome o controle e volte ao equilíbrio.
Por que quando param o remédio os sintomas voltam?
Porque os remédios atuam aliviando os sintomas e não a causa que gerou o estresse e a ansiedade.
Então, quando se retira a medicação, a causa ainda está ali e todos os sintomas acabam voltando.
Ou seja, o remédio consegue corrigir o desequilíbrio químico causado pelo erro de interpretação do cérebro, mas não resolve o erro em si.
Aqui se faz necessário o tratamento com a psicoterapia para entender o que causou esse erro e como você pode corrigi-lo.
Resumindo:
Não há problema em fazer uso da medicação ansiolítica para controlar os sintomas da ansiedade, mas é necessário juntamente com o remédio tratar a causa, a origem, o erro.
Hoje em dia, temos muitos medicamentos modernos que não causam dependência.
Não tenha medo de usar a medicação, mas tenha consciência de que só ela não irá resolver o seu problema de fato.
E sempre é necessário o acompanhamento correto com o médico psiquiatra para a medicação.
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