
Depressão
O que é, causas, sintomas e tratamento.
A depressão não é frescura, não é falta de fé e muito menos uma forma de chamar atenção. É uma doença real, séria e que pode matar se não for tratada.
O que é Depressão?
A depressão é uma doença psiquiátrica que afeta o humor e interfere diretamente na vida diária. Pode atingir crianças, adolescentes, adultos e idosos em qualquer fase da vida.
Ela provoca alterações químicas no cérebro, diminuindo neurotransmissores como serotonina, dopamina e noradrenalina, responsáveis pelo prazer, motivação e sensação de bem-estar.
Por isso, o cérebro de alguém com depressão funciona de forma diferente do cérebro de quem não tem a doença.
Qual a diferença entre Tristeza e Depressão?
Sentir tristeza é normal e saudável. A tristeza é passageira, geralmente tem uma causa clara (como uma perda, uma decepção ou uma fase difícil) e melhora com o tempo.
A depressão é diferente: é uma tristeza profunda e persistente, que vem acompanhada de desânimo, falta de prazer, perda de energia e autoestima baixa mesmo sem motivo aparente.
A tristeza faz parte da vida. A depressão, não.
Você merece ser autora da sua história e não apenas espectadora.

O que pode causar Depressão?
Cada pessoa reage de forma única aos acontecimentos da vida. Por isso, não existe uma única causa. A depressão pode surgir a partir de fatores genéticos, biológicos, psicológicos ou uma combinação deles.
Entre os fatores de risco, estão:
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Experiências traumáticas ou perdas importantes
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Abuso físico, emocional ou sexual
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Histórico familiar de doenças mentais
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Uso de certas medicações
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Doenças graves ou crônicas
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Problemas de sono
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Abuso de álcool e drogas
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Alterações nos neurotransmissores do cérebro
Sintomas da Depressão
O diagnóstico deve ser feito por um profissional qualificado. Jamais se autodiagnostique.
De acordo com o DSM-5, para o diagnóstico de depressão é necessário apresentar cinco ou mais sintomas abaixo, na maior parte dos dias, por pelo menos duas semanas:
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Humor deprimido, vazio ou sem esperança
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Falta de prazer em atividades antes prazerosas
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Alterações no apetite ou no peso
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Insônia ou sonolência excessiva
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Cansaço ou fadiga frequente
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Sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva
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Irritabilidade ou insegurança aumentada
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Dificuldade de concentração ou memória
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Lentidão ou agitação nos movimentos
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Pensamentos de morte ou ideação suicida
Além disso, a depressão também pode causar sintomas físicos, como dores de cabeça, dores no corpo, má digestão, aperto no peito, tensão muscular e queda da imunidade. Esses sinais trazem prejuízos significativos na vida social, profissional e familiar.
Quando a Tristeza vira doença?
A tristeza faz parte da vida e é uma emoção natural diante de perdas, frustrações ou mudanças. Ela costuma ter uma causa identificável e melhora com o tempo. Já na depressão, a tristeza não passa: é profunda, persistente e vem acompanhada de desânimo, falta de energia, alterações no sono e na alimentação, dificuldade de concentração e até perda do prazer de viver.
Quando a tristeza deixa de ser passageira e começa a atrapalhar a rotina, o trabalho, os relacionamentos e a forma como a pessoa se vê, é sinal de que pode ter se transformado em depressão e nesse momento procurar ajuda profissional é essencial.
Prejuízos da Depressão
A depressão mexe com todas as áreas da vida: rouba energia, diminui o interesse pelo que antes dava prazer, atrapalha o sono e a alimentação, derruba a concentração e a memória, aumenta a irritabilidade e a sensação de incapacidade.
No trabalho e nos estudos, cai o desempenho; nos relacionamentos, cresce o distanciamento e os conflitos; no corpo, aparecem dores, tensão, queda da imunidade e cansaço constante. Sem tratamento, o quadro costuma se agravar, fechando o ciclo de desânimo, culpa e isolamento.
Tratamento da Depressão
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Psicoterapia
A psicoterapia é essencial. Ela ajuda a compreender o que desencadeou a depressão, lidar com os sintomas e desenvolver estratégias para superá-la.
Utilizamos a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), uma abordagem baseada em evidências científicas, reconhecida por sua eficácia no tratamento da depressão. A TCC auxilia o paciente a identificar e modificar pensamentos e padrões de comportamento que alimentam a tristeza e o desânimo, fortalecendo novas formas de enxergar a vida e de reagir diante das dificuldades.
A psicoterapia é um espaço seguro, sigiloso e sem julgamentos, onde você pode compreender melhor o que está acontecendo e construir caminhos para recuperar sua motivação, confiança e qualidade de vida.
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Medicamentos
Em alguns casos, o uso de antidepressivos pode ser necessário. Apenas um médico psiquiatra pode prescrever o tratamento adequado, definindo o tipo de medicação, dosagem e tempo de uso.
Esses medicamentos ajudam a regular os neurotransmissores e reduzir os sintomas. É comum que a adaptação leve algumas semanas e, às vezes, seja preciso ajustar o remédio até encontrar o ideal.
Mas é importante lembrar: o medicamento alivia os sintomas, mas não trata as causas emocionais. Por isso, deve ser associado à psicoterapia.
Tratamentos complementares
Além da psicoterapia e, quando necessário, da medicação, algumas práticas fortalecem o tratamento:
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Praticar exercícios físicos regularmente - a atividade física libera endorfina que atua como um analgésico natural, aliviando estresse, tensões e aumentando a sensação de bem estar. Além disso, a prática de exercícios físicos diminuem a irritabilidade, desânimo e melhora a qualidade do sono.
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Cuidar da alimentação - a alimentação também tem relação direta com a depressão. Alimentação rica em gorduras e industrializados podem piorar os sintomas. Inclua mais frutas e verduras e tenha uma rotina alimentar para evitar longos períodos sem comer.
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Beber água com frequência - manter-se hidratada(o) é importante no combate à depressão pois melhora o funcionamento do organismo como um todo.
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Ter momentos de autocuidado - é importantíssimo cuidar de si mesma(o) fazendo atividades que lhe tragam prazer e a(o) deixem feliz.
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Dividir as tarefas e não se sobrecarregar
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Cuidar do seu corpo de maneira geral - é importante manter a saúde do corpo cuidando e prevenindo outras doenças. Por isso, faça consultas médicas periódicas para avaliar a sua saúde geral.
Como ajudar alguém com Depressão
O primeiro passo é respeitar a dor do outro. Não minimize, não diga “é falta de força de vontade” ou “é só reagir”. Muitas pessoas sofrem caladas, por medo de serem julgadas ou incompreendidas. Seu apoio pode ser essencial para que essa pessoa busque ajuda profissional.
Você pode ajudar:
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Procure informações sobre a depressão para saber melhor como lidar com os sintomas.
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Ofereça apoio e não cobre que ela reaja ou seja forte. Uma das piores coisas que a pessoa com depressão pode ouvir é que ela precisa ser forte. Ela não é fraca, ela está doente e não consegue reagir.
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Apoie e participe do processo de tratamento. Acompanhar na ida as consultas e praticar exercícios juntas pode ser uma ótima maneira de ajudar.
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Ofereça a sua presença mesmo quando ela não quiser falar. Não force a pessoa a falar, apenas mostre que você se importa e fique próxima a ela. Diga que você estará ali para o que ela precisar, mesmo que seja apenas oferecendo companhia.
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Ofereça ajuda para as pequenas coisas do dia como: lavar louças, arrumar a casa, fazer comida e etc. Acredite ela quer fazer tudo isso, mas não consegue, não tem forças.
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Recomende que ela procure uma psicóloga e que não desista do tratamento.
Falar sobre Depressão é fácil, conviver com ela não!
A depressão faz a pessoa não enxergar esperança de se sentir livre novamente. Apenas quem passa por esse mal sabe o quanto dói e o quanto é difícil levantar da cama todos os dias e encarar a vida.
Nenhuma dor deve ser desmerecida ou diminuída!
Não se cale quando perceber que alguém precisa de ajuda.
Não se cale quando você precisar pedir ajuda.
A depressão não tem rosto: muitas vezes quem mais sorri por fora pode estar sofrendo por dentro.
A depressão tem tratamento. Não desista de você.
Psicóloga Aline Sartori Goch - CRP 08/34938




